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FUTUROS DESEJÁVEIS (Wellington Nogueira)
Última modificação 11:07, 9 Maio 2011 por Camilo Rivera
De $1Conteúdosem cabeçalhos
FUTUROS DESEJÁVEIS (Wellington Nogueira) 1) Onde começa e onde termina o Hospital? As pessoas estão cultivando a doença em uma série de situações. Apesar da doença se manifestar no corpo e levar muitas pessoas para o hospital, a gente vê que ela começa muito antes! Onde o adulto se interna? No local de trabalho. 2) Vida de encontros e não-encontros A tecnologia é linda, mas faz com que muitas coisas que poderiam canalizar em encontros, não ocorram. Spinoza fala que a vida é feita de encontros. É linda entrevista via Skype que nos aproxima do outro, com a Internet. Ao mesmo tempo, é estranho usar toda essa tecnologia para ficar sozinho num local e viver uma relação virtual. 3)Besteirologistas reinventam as artes cênicas O besteirologista leva toda a essência das artes cênicas, circo e teatro, para lugares inusitados e a partir do encontro com o outro. 4)Platéia de Um ou de 100% A platéia de um num show da Broadway é um fracasso retumbante, mas num hospital representa 100% da lotação. Ao levar a essência das artes cênicas para o hospital, tendo uma platéia de um, muda um pouco o olhar sobre o espetáculo. 5) Construção a quatro mãos em tempo real ou Co-autoria Em vez de “eu faço e você me assiste”, construo com a minha platéia cada encontro com começo, meio e fim. Construo a quatro mãos, em tempo real. Todos são co-autores do espetáculo. A sensação de co-autoria de realização é muito boa. E isso impacta o co-autor, a repensar sua postura, sua atitude. 6) Besteirologistas se multiplicam Em 2028, já se formou gerações de besteirologistas. 7)Trabalho e vida sustentáveis Nas empresas se fala em sustentabilidade, mas o local e a maneira como se trabalha são sustentáveis? O palhaço não tem respostas. Ele brinca com as perguntas. A pessoa começa a pensar sobre suas relações no trabalho, sua relação com a grana, consigo mesmo, com o planeta. Os ambientes de trabalho começam a ficar mais personalizados porque as pessoas começam a colocar seus propósitos de vida na relação com o trabalho. 8) Por que estou trabalhando? Porque sei que sou parte de um grande espetáculo e o que estou fazendo aqui é fundamental para o espetáculo, para esta obra de arte ser incrível. 9) Trabalho divertido O trabalho e minha vida estão integrados e o trabalho passa a ser algo divertido. Então, saio de casa muito feliz para ir trabalhar. O trabalho passa a ser algo assim: Como eu posso melhorar a obra coletiva? 10) Personal lança-chamas fora de ação Para 2010, estavam pensando em lançar o personal lança-chamas, o personal muro de concreto, o personal cerca elétrica para se andar mais seguramente pelas ruas da cidade, em interação não sei com quem. 11) Os muros começam a cair Quando os muros começam a cair, as pessoas começam a sair para encontrar outras. 12) Besteirologistas ocupam todos os espaços Os palhaços começam a ocupar muitos espaços. Em qualquer lugar tem uma manifestação artística rolando, seja com música, teatro, espetáculos em tempo real, seja com discussões, filosofia, porque todo mundo passa a ter consciência da dimensão do milagre que cada um é. 13) Besteirologistas em toda parte Se o povo está cultivando doenças numa série de lugares, o besteirologista se sente à vontade para entrar em qualquer ponto. Ele se acostumou a trabalhar num hospital, mas pode entrar em todo lugar, se a porta estiver aberta e ir visitando homeopaticamente aqueles lugares. 14) Besteirologistas, com todo o respeito! O besteirologista é muito respeitoso! Quando chega num hospital, ele vê a figura de maior autoridade. É o cara que se veste de branco. Ele fala: “Eu sou oncologista”. “E eu sou o besteirologista!” Vai se integrando, ele não vai chegando e invadindo o lugar! 15) To play, jouer A gente joga. O verbo To play, o verbo jogar, brincar, jouer, começam a fazer parte da vida da gente. Crianças ensinam, adultos aprendem A gente começa a aprender mais com as crianças em vez de ensinar para elas. Começa a aprender como criança; a criança já nasce sabendo uma série de coisas. As crianças vivem no presente e o adulto fica com um pé aqui e o outro lá. Foto desfocada porque não está nem no presente, nem no futuro. A criança vive no presente e por isso, para ela, o tempo demora mais. Para a criança, o amanhã parece muito longe. Para o adulto, amanhã é hoje! Então o adulto é uma foto desfocada, mas a foto começa a entrar em foco.
17) Escola torna a obra mais bonita A gente começa a acreditar que só se usa 5% do cérebro. Então, as matérias na escola são todas como a gente pode ficar sempre melhor, mais harmônico, mais legal e tornar a obra toda mais bonita porque a gente tem consciência do legado que deixa, a cada respiro que se dá.
18) Como a gente vive para tornar o futuro melhor? Em 2068, estamos vivendo uma situação bem diferente; tudo é pensado de forma coletiva, de uma maneira gostosa. Como a gente vive para tornar o entorno melhor?
19) Lugares de cultivo da saúde Em 2088, os hospitais mudaram completamente porque são bem menores e são muito mais lugares de cultivo da saúde, para aquilo que precisa de prevenção.
20) Lugar de cultivo da alegria Quando o profissional de saúde vê a experiência da alegria dentro do hospital, pensa: “Como eu posso ficar melhor para o meu público? O impacto da alegria genuína faz o profissional se refinar no pensar como fazer melhor o trabalho para o outro e sentir-se feliz se o outro está feliz.
21) Praticando o princípio da sustentabilidade O artista, o ator tem como primeiro recurso o corpo e, depois, a consciência. Ele aprende a respirar, escutar. Se é capaz de escutar o outro, é capaz de se escutar. Se é capaz de olhar o outro e se enxergar, é capaz de se olhar. Então, o ator vem praticando o princípio da sustentabilidade e não se dava conta.
22) A gente é parte de uma grande obra A gente sai da cultura do individualismo quando se percebe como parte de uma obra e tem consciência da dimensão do milagre que a gente é. A gente é tudo isso e pode ser mais, pode ser melhor! A gente se motiva para algo que é muito forte. Cada um tem um propósito e o trabalho passa a ser: como eu posso tornar melhor a vida de todo mundo em volta?
23) E as mudanças aconteceram/ a gente é um milagre Antropólogos e sociólogos entenderam que as mudanças aconteceram porque as pessoas ressignificaram sua relação com o trabalho, com o dinheiro e isso partiu da ressignificação da relação consigo mesmo porque eles se deram conta da dimensão do milagre que cada um é, que não existem dois seres humanos iguais, que a gente é um milagre que até hoje a ciência não desvendou totalmente!
24) Celebrar a vida, celebrar o encontro Em 2108 a gente está vivendo em um mundo muito diferente. Está celebrando, reaprendendo a celebrar, a celebrar o encontro com o outro, celebrar através do olhar, do contato, do abraço, do dar um abraço, do tomar um café junto. A celebração passa a ser um estilo de vida.
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